Lentamente uma nova raça de avatares está se infiltrando nos “feeds” das redes sociais: são os influenciadores virtuais – supermodelos lindíssimas, como vidas cheias de música e ativismo social, promovendo marcas famosas de moda. Mas por trás estão algoritmos probabilísticos combinando o trabalho de fotógrafos, computação gráfica e inteligência artificial. Faz parte da chamada “Revolução Industrial 4.0” .
As supermodelos virtuais Shudu e Lili Miquela
Uma nova raça de criações geradas por computador que vem se transformando numa plataforma de influenciadores digitais virtuais lucrativa e poderosa.
Influenciador digital é um personagem popular na rede social com um público massivo que acompanha suas postagens. Tornam-se líderes de opinião de tendências e costumes, procurados por grandes empresas para criar tendências e divulgar produtos em áreas de games, fitness, moda e beleza, culinária etc. São modelos, youtubers, atores, comediantes, famosos, celebridades ou subcelebridades.
No início desse ano a marca de maquiagens Fenty Beauty postou uma imagem da modelo chamada Shudu usando um batom laranja. A foto viralizou em 2018, enquanto Shudu já tinha mais de 110 mil seguidores. Shudu ainda “colaborou” com grandes marcas de moda como Oscar De La Renta e a companhia nova-iorquina de langerie The Great Eros.
Shodu é uma modelo negra, incrivelmente linda e perfeita. Mas, não é de carne e osso – trata-se de uma criação de computação gráfica do fotógrafo britânico Cameron-James Wilson – “uma celebração virtual da beleza da mulher negra”, como justifica o criador. Shodu “interage” com seus seguidores, muitas vezes enviando mensagens privadas.
Avatares estão lentamente se infiltrando nas feeds do Instagram desde 2016, quando uma pop-star brasileira-americana chamada Miquela Sousa (“Lili Miquela”) postou sua primeira foto. Ativista, apoia causas sociais como Black Lives Matter e uma organização chamada Black Girls Code. Além de ter lançado um single chamado “Not Mine”, um dos mais tocados no serviço de streaming Spotfy. Posa para marcas como Chanel e Prada.
O caso Lili Miquela é até mais sofisticado, pois cria também uma narrativa: ela tem um rival virtual chamada Bermuda, outra influenciadora digital fake que supostamente teria hackeado a conta de Lili Miquela. Vítima de uma influencer invejosa que, somado a fotos de Miquela supostamente participando do Festival de Música Coachella, cria para os seguidores a imagem de uma vida intensa e cheia de emoções.
Supostamente Lili Miquela conta com agente e um empresário. Mas por trás dela está a Brud, grupo sediado em Los Angeles que oferece soluções em robótica, inteligência artificial com aplicações para empresas de mídia.
Por Wilson Ferreira