Perante o uso excessivo de plástico descartável, Margarita Talep decidiu criar a sua própria embalagem a partir de algas e outros produtos naturais. Decompõe-se, no máximo, em quatro meses.
Perante o uso excessivo de plástico descartável, Margarita Talep decidiu criar a sua própria embalagem a partir de algas e outros produtos naturais. Decompõe-se, no máximo, em quatro meses.
Embalagens de bolhas de ar, semelhantes a papel celofane, colheres, invólucros para bolachas e palhinhas são alguns dos produtos do projeto desintegra.me que, “não estão sendo comercializados em grande escala, apenas numa escala artesanal”, escreveu Margarita ao P3. “Já finalizámos a etapa de investigação e desenvolvimento”, refere a designer.
A receita consiste na mistura de ágar — um polissacarídeo gelatinoso que é extraído das algas através da fervedura — com um plastificante (água, neste caso) e um aditivo, em quantidades que variam dependendo da consistência desejada.
A receita consiste na mistura de ágar — um polissacarídeo gelatinoso que é extraído das algas através da fervedura — com um plastificante (água, neste caso) e um aditivo, em quantidades que variam dependendo da consistência desejada.
Particularmente preocupada com o fato de usarmos materiais quase indestrutíveis uma única vez, a designer quis que a embalagem se desfizesse facilmente. Assim, o material decompõe-se em cerca de dois meses com temperaturas de Verão e em três ou quatro no Inverno, dependendo da espessura.
Ideal para alimentos secos, a embalagem reflete a versatilidade dos materiais derivados de algas. E, para Talep, é esse o futuro: “Eu acredito que a biofabricação vai ser uma parte importante das indústrias do futuro”, disse a designer à Dezeen. “Desde que todos os processos de extração desta matéria-prima e a sua manufactura sejam feitos com consciência ambiental”, refere, citada no mesmo texto.
“Mas não é suficiente criar novos materiais”, avisa Margarita, que acredita que as soluções para o “gigante problema ambiental” devem “trabalhar em paralelo com outras acções”. “Diferentes nações devem implementar planos de ação para reduzir a quantidade de plástico produzido desperdiçado, através da introdução de mais projetos de economia circular, mantendo o plástico num sistema cíclico, para prevenir que ele acabe nos aterros ou no mar”, remata.
Em Portugal, já há quem teste outras soluções. O Instituto Politécnico de Bragança, por exemplo, quer substituir o plástico na conservação de alimentos por um spray.
Matéria extraída de: Publico.pt